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Câncer de próstata em cães e gatos – Novembro Azul

O novembro azul é um mês para conscientização das doenças que afetam a saúde do homem, com ênfase a prevenção e detecção precoce do câncer de próstata. O câncer, principalmente em seu estágio inicial é silencioso. Cães e gatos também podem ser acometidos destas doenças em próstata e testículo, sendo o diagnóstico precoce fundamental para uma boa resposta ao tratamento clínico/cirúrgico, radio/quimioterapia..

O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP), acredita que aproximadamente 4% dos cães acima dos 7 anos desenvolvem o câncer de próstata.

É uma doença com maior incidência em cães de grande porte, cujos sintomas tendem surgir nos animais idosos (etre 8 e 12 anos) e podem incluir: dificuldade em evacuar, fezes em fita, constipação , sangue na urina, incontinência urinária, perda de peso e complicações respiratórias.

Diferentemente do câncer de mama, cuja castração previne o câncer de mama, castrar o animal não significa que ele está livre de desenvolver o câncer, pois nem todos os tumores tem dependência dos hormônios sexuais. Mas os animais castrados apresentam menos complicações de próstata, sejam estas tumorais ou não, tais como a hiperplasia prostática.

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Prevenção

Visitas periódicas no veterinário e o toque retal também deve fazer parte da rotina do seu pet.
A Palpação retal auxilia no diagnóstico de abcessos prostáticos, cistos paraprostáticos/prostáticos, hiperplasia prostática benigna, metaplasia escamosa prostática, neoplasias prostáticas…Sempre realizado por veterinário e complementando-se os achados do exame físico a outras exames clínicos, tais como ultrassonografia, citologia aspirativa por agulha fina, biópsia/histopatológico, hemograma, urinálise, análise microbiologica do fluido prostático, sorologias…

Palpação de testículos é importante ainda em filhotes para verificação da presença dos dois testículos em seus sacos escrotais, palpação da simetria, tamanho e textura.

Problemas envolvendo os testículos de cães e gatos

O criptorquidismo é um defeito testicular congênito comum em cães e gatos e consiste em uma falha na descida do testículo até a bolsa escrotal, podendo ocorrer em ambos, mas é mais frequente ser unilateral. O testículo retido pode ficar localizado na cavidade abdominal, no canal inguinal, ou sob a pele. Já monorquidismo ou anorquidismo (existência de apenas um, ou ausência completa de testículos) são extremamente raros. Normalmente a migração ocorre até os 2 meses, mas devido à mobilidade e à dimensão reduzida o diagnóstico é, por vezes, adiado até aos 6 meses de idade, altura em que ocorre o encerramento do canal inguinal. Lembrar que animais com criptoquidismo, mono/anorquidismo não devem cruzar e ter filhotes, pois os mesmo podem apresentar as mesmas condições. Além disso, nos criptorquidas o testículo retido deve ser removido cirurgicamente após identificado sua localização por exames de imagem, uma vez que este pode ser um local para um possível câncer.

Além desta alteração testicular, a palpação também auxilia no diagnostico de orquites (inflamação testicular), neoplasias testiculares, atrofias… Não deixe de levar o seu machinho ao vet! Novembro azul PET! Orientar, cuidar e prevenir são formas de amar!

*imagem da internet

Planejamento a curto, médio e longo prazo nas Dermatopatias dos Pet

Antes e depois em um retorno, antes do término do esquema terapêutico proposto…Afinal, planejamento a curto, médio e longo prazo nas dermatopatias são fundamentais…bem como o acompanhamento periódico e adequação nos diferentes momentos do quadro clínico do paciente! Mas retornos assim são tão gratificante, porque não a nada melhor do que uma vida sem crises – principalmente sem crises de coceira.

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Diabetes Mellitus em cães e gatos

Diabetes Mellitus! Diagnóstico e tratamento sempre devem ser conduzidos por um veterinário! Quanto ao acompanhamento procure também um especialista (endocrinologista veterinário) para a conduzir o manejo desta doença! Hoje na veterinária já temos especialidades, assim como na medicina humana! Os profissionais especializados tem mais ferramentas e estão frequentemente se atualizando em sua área para melhor atender nossos animais!

 

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Dermatofitose em cães e gatos – Diagnostico, Tratamento, Prevenção e Contagio

A dermatofitose uma doença de pele que acomete animais e a causada geralmente é por fungos do tipo ceratinofílico; os climas quentes e úmidos propiciam. A transmissão desses fungos ocorre por contato direto com o pelo de animais contaminados, muitas vezes de gatos.

As lesões na pele causada por essa doença são conforme foto abaixo?

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Animal em tratamento

O fungo pode sobreviver na pele do animal por anos, sendo assim, caso o organismo não reaja a doença, pode ser difícil de ser erradicada.

Nos seres humanos, o fungo também causa uma lesão circular, com bordas mais escuras e com crostas. A lesões costuma ser avermelhada, coçar muito e, em infecções mais intensas, doer. As lesões em seres humanos são mais comumente encontradas nos braços.

Tratamento e Prevenção

A dermatofitose pode ser prevenida por vacina que deixa o organismo do animal mais eficiente no combate à infecção do fungo. Para fazer o tratamento da doença, é muito importante que seja feito um diagnóstico detalhado para isolar a espécie de fungo que infestou o animal. O diagnóstico é feito por cultura do tecido afetado para identificar os fungos além de biópsia e análise do tecido. Também é importante examinar se não há outras infecções envolvidas.

Os fungos que usualmente causam a dermatofitose em cães são o Microsporum canis, Microsporum gypseum e o Trichophyton mentagrophytes, sendo o primeiro o mais comum dentre os três.

O veterinário, depois de feito o diagnóstico, deve receitar fungicidas específicos. Os fungicidas podem ser por via tópica, através de banhos com sais ou oral, sendo que a via oral é para casos mais graves. Também é importante ministrar antibióticos e anti-inflamatórios para combater possíveis infecções secundárias.

Contagio

Antes e durante o tratamento, tome cuidado ao entrar em contato com o animal doente, pois a doença pode afetar os seres humanos e pode ser difícil erradica-la em pessoas também. Sempre tome cuidado com as zoonoses, doenças de animais que também podem afetar humanos, e siga as orientações do seu veterinário.

Piodermite – cao em tratamento – caso clinico

A piodermite cem cães acontece por uma superinfeção bacteriana da pele, normalmente quando a barreira protetora das camadas externas da pele é quebrada. Alguns fatores fisiológicos e anatómicos são sugeridos, consulte um dermatologista veterinário.

Caso de Dermato

 

Antes e depois (note que houve melhora do quadro com repilamento em tronco, porém o pelo e pele está mais pigmentado no local anteriormente acometido – hiperpigmentação pós inflamatória)

 

piodermite

Dermatite úmida aguda

DUA: Dermatite úmida aguda. É uma piodermite externa/superficial (infecção bacteriana da pele) de surgimento agudo, que leva intenso prurido (coçeira) e tem o aspecto “úmido” pelos pelos aderidos, secreção purulenta e eritema (vermelhidão). Temperatura elevada e umidade favorecem o aparecimento, principalmente em animais de pelo longo que tem acesso a chuva, piscina, rios…

Diagnóstico

O diagnóstico é muito direcionado pela história e exame citologico tegumentar. Sempre falo que é mais um sintoma que uma doença, pois sempre devemos excluir causas alérgicas (desde picadas de insetos, alergia ao alimento ou alergenos do ambiente ou infestação de pulgas), bem como erros no manejo. Estás condutas ajudam a reconhecer a causa base e prevenir novos quadros.

Tratamento

O tratamento é baseado em diminuir a inflamação e perpetuação da coçeira, limpeza da ferida, muitas vezes uso de colar protetor e antibiótico tópico e/ou sistêmico. O tratamento deve ser sempre orientado por um veterinário!

Caso clínico cão Dourado – Alergopatias

CASO CLÍNICO: Este é o Dourado, um caso muito especial para mim…Ele já tinha sido diagnosticado e tratado para sarna dermodecica quando resgatado, uns 4 anos antes desta foto…Entretanto, as lesões e queda de pelo persistiam. Ele vivia num canil super bem cuidado, mas pelos problemas de pele e comportamento pouco dócil não era adotado.

dourado caso clinico

A diferença entre as fotos são de dois meses e 20 dias. Dourado tem alergia a picada de ectoparasitas, hipersensibilidade alimentar atrelada a atopia (um combo de alergopatias). Na foto de antes não era mais sarna, e sim a associada ao quadro, confirmada em consultório com exame de triagem feito durante o atendimento.

CASO CLÍNICO Diego (felino, SRD, 3 anos) Farmacodermia: doença reativa

CASO CLÍNICO Diego (felino, SRD, 3 anos) Chegou em atendimento com histórico de edema, eritema (vermelhidão), prurido (coçeira) com escoriação secundária em região cervical dorsal e periocular. Proprietária relatou que a “crise” e as lesões se iniciaram após aplicar antipulgas no dorso do animal.

caso diego gato

Houve piora das lesões após uso de pomada prescrita por colega. Farmacodermia: doença reativa (reação de hipersensibilidade) da pele que se manifesta por eritema, papulas eritematosas, vergões, ou edema até ulceração, em função de medicação administrada.

<h2>Tratamento</h2>

Tratamento consiste em retirar as medicações, uso de corticosteroides, limpeza local com produtos neutros e evitar exposição solar.

Fonte, caso e fotos: arquivo pessoal Fonte texto: pessoal e livro Casos de Rotina (editora MedVet)

Síndrome Respiratória do cão braquicefálico

Síndrome Respiratória do cão braquicefálico é caracterizada pela obstrução parcial das vias aéreas superiores devido a:

1)estenose das narinas,

2) prolongamento do palato mole,

3) aumento das tonsilas,

4) sáculos laríngeos evertidos,

5) estreitamento da glote,

6) hipoplasia de traquéia,

7) colapso de laringe e/ou

8) colapso de traquéia.

Há diferentes graus da síndrome envolvendo um ou um combinado destes sinais! Os animais acometidos tem dificuldade respiratória e que em momentos de estresse pela excitação, elevação da temperatura ambiente ou por exercício físico pode levar asfixia e colapso, um quadro de descompensação emergencial!

Diagnóstico

O diagnóstico se faz pela inspeção de narinas, radiográfica de tórax e traquéia, broncoscopia/laringoscopia/ endoscopia de vias aéreas…

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Tratamento

Há tratamento cirúrgico de algumas alterações da síndrome que devem ser realizado por veterinário especializado, nos mais: evitar momentos de estresse ambiental e que elevem a temperatura do animal (como exercícios extensos e em horários quentes do dia), manter uma boa condição corporal (evitar sobrepeso e obesidade nestes paciente é fundamental), dentre outros manejos e medidas!

Raiva animal, transmissão e como prevenir

A raiva é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus, que compromete o Sistema Nervoso Central (SNC). O vírus da raiva é neurotrópico e sua ação no Sistema Nervoso Central – SNC causa quadro clínico característico de encefalomielite aguda.
Apenas os mamíferos transmitem e adoecem pelo vírus da raiva, incluindo o homem, sendo seu prognóstico fatal em praticamente todos os casos.

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É uma zoonose (antropozoonose) que tem como hospedeiro, reservatório e transmissor, o animal que, dependendo da situação, transmite a doença aos humanos através da mordedura, arranhadura ou lambedura.

Fonte de infecção

No ciclo urbano, as principais fontes de infecção são o cão e o gato. No Brasil, o morcego é o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre. Outros reservatórios silvestres são: macaco, raposa, coiote, chacal, gato-do-mato, jaritataca, guaxinim e mangusto

Sinais de raiva

Sinais Indicativos da Raiva: Os sinais variam conforme a espécie. Quando a doença acomete animais carnívoros, com maior freqüência eles se tornam agressivos (raiva furiosa) e, quando ocorre em animais herbívoros, sua manifestação é a de uma paralisia (raiva paralítica).

No entanto, em todos animais costumam ocorrer os seguintes sintomas: Dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares, mudança de hábitos, paralisia das patas traseiras.
Nos cães, o latido torna-se diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”. Já os morcegos, devido a mudança de hábito, podem ser encontrados durante o dia, em hora e locais não habituais.

Prevenção

Como prevenir: Evite tocar em animais estranhos, feridos e doentes; Não perturbar animais quando estiverem comendo, bebendo ou dormindo; Não separar animais que estejam brigando; Evite de entrar em grutas ou furnas e tocar qualquer tipo de morcego (vivo ou morto); Não criar animais silvestres ou tirá-los de seu “habitat” natural.

Importantíssimo a Vacinação

Vacinar cães e gatos afim de estabelecer uma barreira imunológica capaz de interromper a transmissão da raiva na população canina e felina.

fonte: Instituto Pasteur

Bacterias multirressistente em pets

ATENÇÃO!!! ESTE ASSUNTO É COISA SÉRIA!!! As dermatopatias (doenças de pele) correspondem a maior parte dos atendimentos dentro da clínica de pequenos animais, cerca de 25 a 70% dos atendimentos. A piodermite (infecção bacteriana da pele) é a dermatopatia canina mais comum, sendo de elevada ocorrência quando comparada a outros mamíferos.

Diagnóstico

O diagnóstico de piodermite é feito através de vários procedimentos diagnósticos, tais como exame citológico, cultura e antibiograma, exame parasitológico de raspado cutâneo e biópsia de pele, assim como pela determinação de doenças subjacentes ou outros fatores predisponentes. Muitas vezes é empregado o tratamento com antibiótico de forma empírica, pois se conhece que o principal causador de piodermites são os estafilococos.

Porém, quando diante de um paciente com uso recente de antibiótico, quadros crônicos de infecção bacteriana, uso recente ou longo glicocorticoides, doenças que leva o imunocomprometimento ou mesmo se a citologia evidenciar bactérias do tipo bastonetes é imprescindível a realização de cultura bacteriana e painel de antibiograma. Isso porque estas condições favorecem a seleção de bactérias resistentes ou de um perfil mais complicado de tratamento!

Como atuar

O conhecimento do surgimento de bactérias multirresistentes na Medicina Veterinária, em especial nos atendimentos dermatológicos, é de fundamental importância tanto no aspecto de saúde pública quanto animal. ‍‍Assim, se faz necessária a implementação de medidas diagnósticas para identificação e correta terapêutica nos pacientes acometidos por piodermites multirresistentes, emprego de medidas higiênicas e educativas voltadas para o médico veterinário, órgãos de saúde e população devido potencial risco de uma antropozoonose. Procure um médico veterinário caso seu animal tenha lesão de pele! Não medique por conta ou use receitas antigas! Com a saúde deles e com a nossa não podemos brincar!